Bruno Giorgi

     Muitos não sabem mas o renomado escultor brasileiro nasceu na cidade de Mococa, a mesma naturalidade do autor do MartBrasil. A família Giorgi têm descendência italiana, com suas bases econômicas ligadas ao comércio. Enquanto passavam nas proximidades administrativas mocoquenses, no ano de 1905, nasce Bruno Giorgi, a família se instalou na cidade por cerca dos próximos 15 dias e após seguiu percurso.
     Um dos mais importantes artistas brasileiros do gênero, Bruno Giorgi, ao completar 6 anos de idade se muda para Roma com seus pais e os dois irmãos. A família se estabelece em sua terra natal, aonde Bruno mais tarde estudou desenho e escultura durante 2 anos.

Condor, Bruno Giorgi - localizado na Praça da Sé em São Paulo, escultura em bronze 8,25m x 2,60m x 0,60m (1979).

    Bruno foi preso em 1931 por seus movimentos antifascistas na Itália, sua pena foi determinada em 7 anos de reclusão, porém por sua nacionalidade américo-latino o embaixador brasileiro interveio na apelação e após 4 anos de reclusão Bruno foi liberado e expulso do país e extraditado para o Brasil. Ainda em sua face política nosso escultor se alistou voluntariamente para lutar ao lado dos republicanos na Guerra Civil Espanhola.
     Se mudou para Paris em 1937 onde frequentou as academias La Grande Chaumière e Ranson - está última encerrou suas atividades em 1955. Abriu um  atelier que funcionava como um centro de atividades de exilados italianos e da resistência antifascista na Europa.
     Conviveu com ilustres, como Henry Moore, Marino Marini e Charles Despiau. Ainda, Aristide Maillol que passou a orientá-lo em técnicas de escultura.

Mulher dos Triângulos - Bruno Giorgi, estátua localizada no Museu de Artes Plásticas de Mococa.

     Próximo ao início da Segunda Guerra Mundial, resolve voltar ao Brasil aonde dá início à sua brilhante trajetória na arte brasileira. Em São Paulo participou do movimento modernista, quatro anos após sua chegada à São Paulo se muda, ao convite do ministro Gustavo Capanema, para o Rio de Janeiro aonde começa a praticar a criação de suas obras ao ar livre.
     Começa então a dar aulas para os quais seriam, em um futuro não muito distante, renomados artistas, entre eles Francisco Stockinger.
     Cria em 1947 o Monumento à Juventude Brasileira sua primeira grande obra que lhe proporciona fama e reconhecimento no mundo artístico. Em 1953 recebe o prêmio de reconhecimento social como o melhor escultor brasileiro.
     Por mais uma vez consecutiva abandona sua pátria e se move para uma temporada na Europa. Assim que retorna ao Rio de Janeiro começa a trabalhar com o material bronze em suas obras, como por exemplo em Os Guerreiros, conhecida popularmente como Os Candangos de 1959, localizada na Praça dos Três Poderes em Brasília.

Erguida em 1959, a escultura de Bruno Giorgi é uma homenagem aos 80 mil trabalhadores responsáveis pela construção da capital.

A obra mede oito metros de altura e é toda feita em bronze. Em 1987, foi restaurada pelo artista Zeno Zani.

     Começa a trabalhar também no mármore branco de Carrara, deixando de lado a representação figurativista e adotando como estilo às formas geométricas, como por exemplo em Meteoro, 1968, localizado em frente ao Palácio do Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores.

Meteoro é o nome de uma escultura de Bruno Giorgi, produzida com mármore branco de carrara, localizada sobre o espelho d'água em frente ao Palácio do Itamaraty, em Brasília. A obra de arte que foi esculpida entre 1967 e 1968 é montada com cinco partes de uma esfera estilizada, significando os laços diplomáticos entre os cinco continentes.

A escultura acima por pouco não causa lesão ao artista. Enquanto as 5 peças eram encaixadas o cabo de aço se rompeu e uma das peças se aproximou a poucos centímetros da cabeça do escultor, a lesão poderia ter sido fatal.

   
     Um dos seus últimos trabalhos foi o monumento Integração de 1989, localizado no Memorial da América Latina em São Paulo.

Escultura em mármore estatuário branco de Carrara com 1,25m de altura, sobre a base em mármore preto de Carrara medindo 1m³.

Sobre sua obra, Bruno Giorgi assim declarou: Alegrou-me o convite de Oscar Niemeyer para estar no Memorial da América Latina. Estimula-me criar para o espaço que traz a assinatura do mestre, uma ligação artística e afetiva que já se perpetua no bronze de OS CANDANGOS e no mármore do METEORO, em Brasília. Em São Paulo de meu bem querer, esta INTEGRAÇÃO se une às obras de artistas de minha admiração para compor este verdadeiro painel de arte brasileira que também é o Memorial.

     Debilitado pelos efeitos do pó do mármore em seus brônquios, aos 88 anos morreu no Rio de Janeiro, de parada cardíaca. Em 40 anos de profissão, esculpiu centenas de dorsos femininos, seu tema preferido, e obras que se tornariam cartões-postais do País, além das já citadas.

Bruno Giorgi se casou e tem um filho com síndrome de Down. A família reside atualmente no Rio de Janeiro. 

Fontes: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/BrunGiog.html; http://pt.wikipedia.org/wiki/Bruno_Giorgi; e informações pessoais.